Como monitora da disciplina Leitura e Produção de Textos, tenho estudado muito sobre a textualidade. Diversas obras, de diferentes autores, têm servido para a minha orientação e inspiração. Há um livro especial cuja leitura eu recomendo: Lutar com Palavras, de Irandé Antunes, uma autora prática, que usa linguagem clara, e escreve em primeira pessoa.
Aqui no blog, na postagem O autor e a autoria, do monitor de Literatura Portuguesa I, Daniel Costa, abriu-se uma discussão... quer dizer, o Daniel abriu uma discussão sobre o uso de primeira pessoa em textos científicos e acadêmicos. Comentei ali sobre a interessante coincidência, pois uma das características do livro Lutar com Palavras que mais me chamaram a atenção foi exatamente a linguagem leve e clara da autora, que decidiu escrever em primeira pessoa. Considero esta uma escolha acertada, pois a leitura do livro é muito agradável e, como leitora, não me senti nem um pouco desrepeitada.
Marcuschi (com certeza um lingüista que está na minha lista dos dez mais) escreveu, sobre Lutar com Palavras: “Tudo o que você queria saber sobre como construir um bom texto sem se estressar”. E é isso mesmo. O livro ensina como escrever, e ensina de forma tranquila, sem cansar o leitor com numerosas classificações e nomenclaturas esdrúxulas. Desde que o li, e depois reli fazendo marcações, vivo indicando pra todo mundo. A professora Evangelina Faria deve ter sentido o mesmo, pois foi ela quem me indicou primeiro.
A minha terceira leitura do livro foi super tranquila, pois o número de marcações foi bem pequeno. Você vai perceber – e Irandé Antunes adverte sobre isso – que muitas informações são repetidas. A meu ver, isso é bacana porque prova que a autora coloca em prática de forma muito eficiente aquilo que prega. Não é fácil repetir informações sem tornar o texto enfadonho. Aliás, muitos textos são enfadonhos mesmo sem repetir nada.
A leitura de Lutar com Palavras é uma boa não só para os interessados no estudo de línguas, mas também de literatura. Certamente contribui para a boa leitura e produção de textos, seja qual for o tipo e o gênero textual envolvido e seja qual for o estilo da linguagem: formal ou informal. Particularmente, estou feliz em ter tido contato com esta obra agora. Quer dizer, o quanto antes melhor. Leia e você entenderá o que eu quero dizer.
13 comentários:
Pronto, você venceu, Késia! Vou ler logo! Se tiver pra vender no CCHLA, já vai ser hoje!
Gente, vendedora boa é essa Késia!
Meu comentário seria semelhante ao de Leonor hauaheaijehauhaoe
Só o título do livro já me atrai. Acredito que tenhamos lido algum cap. dele na nossa turma alguma vez, pois já lemos muitos textos de Antunes com a professora Regina Celi.
Que bom que encontraste uma orientação/inspiração com esse texto.
:D
Deve ser bom, os livros dela são geralmente bem legais.
Concordo com a Késia. O livro realmente é muito bom e explica com clareza os fenômenos de coesão textual, com exemplos bem pertinentes. Fiz trabalhos usando esse livro, incluindo em Lingua Portuguesa V, com professora Graça. Outro livro que vocês, interessados em linguística textual, poderiam trabalhar é o da Ingedore e Vanda Elias, que é ótimo em exemplificação, incluindo outros gêneros textuais. O nome do livro é "Ler e escrever: estratégias de produção textual" (ver a capa do livro no meu blog). PS. Bem, os "analistas de discurso" podem achar que estou tentando fazer propaganda do meu blog, mas também quero colaborar com os meus colegas.
Gostei muito da sua resenha, Késia. Parabéns!
O livro me parece ser muito bom mesmo, vou tentar ler nessas férias. =D
=*
Muito bom, Késia! Amei! Até porque já tive "contato" com esse livro de Irandé e nos ajuda no processo de escrita.
Adorei seu comentário, já tive oportunidade de ler textos da Irandé. É fundamental sabermos da construção textual!
Viva Valdenice!!!!!!!!!! :)
Também achei o convite à leitura atraente, sobre a discussão do autor em primeira ou em terceia pessoa, prefiro textos bem escritos, embora tenha sérias críticas a noção de autor em primeira pessoa, procuro compreender estes autores de forma foucaultiana, estes não pessoas individuais, mas representam uma função inexoravelmente ligados a sua enunciação, pro isso de forma geral, pode ser mais interessante atribuir o texto às referências também, no caso "elas" que vira um "nós".
ahhhh, é Raniere quem escreveu o comentário rsrsrsrsrsrs
Só quer ser o dono do blog... rsrsrs
kkkkkkkk, mas ele vai ter que disputar com bruna!!!
Pois é Leonor, também deu vontade de comprar o livro agora. Muito boa a resenha Késia .
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