sexta-feira, 27 de maio de 2011

Os deuses lares

  Por Líssia Medeiros

 Na Grécia a crença nos deuses olímpicos era o ponto principal da sua religião, acreditavam que existiam doze deuses imortais que moravam no Olimpo, lugar que se encontrava acima das nuvens. A esses deuses eram atribuídas as forças da natureza e todas as coisas que aconteciam no mundo humano eram consequências das vontades desses deuses, fossem elas boas ou ruins. A partir do surgimento da polis, já no período arcaico, outros deuses passaram a ser cultuados – os deuses lares. Esse período trouxe muitas modificações sociais para os gregos. Os deuses lares passaram a ser cultuados nas casas das famílias, eram figurados através do “fogo sagrado” e colocados sobre um altar. Geralmente os altares ficavam em lugares escondidos para que não fossem vistos pelas pessoas que não moravam naquela casa. Os deuses lares eram os ancestrais daquela família, por isso todos os dias eram oferecidas orações no começo e no fim das refeições para que esses deuses pudessem proteger aquele lar e aquela família. O fogo sagrado era conservado pelo dono da casa, que, deveria todos os dias, pela manhã, jogar ramos secos para alimentar o fogo e ao final do dia jogar brasas e cinzas para que não apagasse durante a noite. Caso o fogo se extinguisse significava dizer que os deuses não mais protegiam aquele lar e em consequência cairia em desgraça. O fogo só deixava de existir quando toda a família morria, significava dizer que o fogo extinto era o lar extinto.
Resolvi escrever o texto porque percebi que os deuses lares são pouco referidos, pelo menos, não tão quanto os deuses olímpicos. Acho interessante conhecer as crenças daquele período grego e latino e tive a ideia de compartilhar.

Referência:

COULANGES, Numa Fustel de. A cidade antiga. Tradução de Fernando de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Link para baixar o livro:
http://www.4shared.com/document/LeaQRWmh/A_Cidade_Antiga_-_Fustel_De_Co.htm

2 comentários:

Késia Mota disse...

Valeu, Líssia!

Jailton disse...

Muito bom!!! E se nós pensarmos que era só nessa época que as divindades eram cultuadas nos lares, então estamos redondamente enganados. Isso é tão atual e tão presente em algumas famílias de hoje que nem sequer imaginamos a tamanha devoção nesses rituais. Parabéns, Líssia!!! :)