A Telemaquia é o nome empregado ao conjunto de quatro cantos da Odisseia, de Homero, sobre as viagens de Telêmaco, filho de Odisseu à procura de novas notícias do pai, sendo auxiliado pela deusa Palas Atena, desde Ítaca até sua partida a Pilos e, em seguida a Esparta.
A Telemaquia tem início no canto I quando Telêmaco recebe a visita da deusa na festa dos pretendentes, e o incita a partir à procura de Odisseu. No canto II, Telêmaco convoca os itacenses à assembleia, pede para que os pretendentes se retirem, e comunica aos presentes a sua ida a Pilos e a Esparta. O canto III, por sua vez, narra a chegada de Telêmaco a Pilos, terra de Nestor, em companhia da deusa Atena, e logo depois segue para Lacônia, rumo à Esparta. Por fim, no canto IV, conta a chegada do filho de Odisseu ao território de Menelau, este lhe conta sobre a retornada de Tróia, as notícias sobre a morte de Agamêmnon e o paradeiro na Ilha de Calipso, a qual mantém Odisseu prisioneiro.
Pierre Grimal (2005), em seu Dicionário da Mitologia Grega e Romana fala, de acordo com uma tradição que, quando a Guerra de Tróia foi iniciada, Telêmaco já havia nascido, mas ainda era muito pequeno e não tinha conhecido o pai. Ao chegar à idade de dezessete anos começa a se sentir incomodado pela presença dos pretendentes de Penélope, sua mãe.
O jovem e inexperiente Telêmaco percebe que os pretendentes estão devorando todos os bens da casa paterna, e constantemente fica indignado com tal situação. Percebendo os sofrimentos do rapaz, a deusa Atena, que tem grande estima por Odisseu, resolve ir para Ítaca aconselhar o jovem rapaz a partir em busca de notícias de Odisseu, além de intervir para que Telêmaco não se exceda em sua ira para com os hóspedes em sua casa.
A importância da deusa Palas Atena consiste no fato de que ela está sempre presente nas ações de Telêmaco. Para orientar o rapaz a deusa se personifica na figura humana de Mentes, um amigo de Odisseu a fim de poder falar a Telêmaco sem que ninguém note que é uma divindade. Ele é aconselhado por Palas para ir, em primeiro lugar a Pilo, cidade de Nestor, e, em seguida, a Esparta, a cidade de Menelau. A personificação se dá, todavia, porque os deuses não podem aparecer para os humanos (mortais) na sua natureza divina, ou seja, de luz (energia), pois quem assim os visse, certamente morreria. Como aconselhadora tem a missão de fazer com que Telêmaco controle sua revolta por causa dos pretendentes, pois, apesar de tudo, eles estão na casa de Odisseu como hóspedes, e não podia se desrespeitar a lei divina da hospitalidade, porque isso seria desrespeitar o próprio Zeus. O jovem filho de Odisseu só tem apenas dezessete anos, e ainda não tem o caráter do herói formado. Os aconselhamentos são apenas uma forma de conduzi-lo ao seu destino. A deusa sabe que Odisseu está na ilha da deusa Calipso, mantido como prisioneiro, mas não pode revelar o que sabe ao jovem rapaz, porque sendo o destino do herói fechado, ele deverá passar pelo rito de iniciação de formação do caráter do herói. Para isso, deve, Telêmaco, realizar uma viagem para saber notícias de Odisseu, como também através dela conquistar um nome notável, nos lugares percorridos.
4 comentários:
Gostei, Jailton!
Sou "devota" de Palas Athena. rs
Muito bem jaiton vejo que você esta em sintonia com sua disciplina da monitoria.
Anaclaudia
Obrigado, professora!!! :)
Adorei a explicação. Excelente!!
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