Por: Ennio matthews
O que é um nome próprio? Essa pergunta é pertinente, claro, se julgarmos os nomes próprios com a visão além da visão gramatical dando a eles um aspecto filosófico da linguagem.
Questionados sobre: O que seria um nome próprio? Prontamente responderíamos que é um nome individual de alguma pessoa ou coisa do mundo, assinalado com uma letra maiúscula no começo do nome. Essa visão gramatical da linguagem nos limita, e prova que a nossa visão da língua está enraizada em conceitos gramaticais, e se nota que esquecemos que a gramática veio da linguagem e não ao contrário. Acabamos sendo enganados sobre o que realmente seria um nome próprio para a linguagem e não para a gramática.
Essa definição, antes dada de nome próprio, se encaixa no que diz respeito ao sinal. Sinal é a forma escrita ou oral do sentido, podendo ser uma palavra ou combinação de palavras.
Então o que é um nome próprio?
O nome próprio é a palavra que intitula um objeto da realidade, podendo variar em apenas uma palavra (que chamaríamos de nome próprio “genuíno”) ou mais palavras. Essa variação, de uma ou mais palavras, séria uma variação no sentido do nome próprio. O sentido do nome próprio é a forma de apresentação de uma referência. A referência é o objeto da realidade que o nome próprio apresenta. No sentido, é permitido que a forma de apresentação do objeto da realidade possa variar, mas, desde que sua referência continue a mesma. Isso faria com que a sentença seja verdadeira. Essa variação, na forma do sentido, alem de permitida é ao mesmo tempo necessária. Imagine que queremos indicar uma pessoa de nome ‘Jose’. O nome ‘Jose’ é um nome comum que muitas pessoas têm. Então o indicado é fazermos uma delimitação da referência ‘Jose’. Seriamos forçados a criar sentidos, como: “Jose da cunha lima” ou “Jose, que mora na Rua João pessoa”. Isso nos ajuda a identificar a Referência. .
Exemplos de nomes próprios, sinais, sentido e referência.
Usaremos dois nomes próprios conhecidos de todos, dos quais conhecemos vários tipos de sentido.
Lula. O nome Lula é um sinal. O sinal Lula é um nome próprio e também uma forma de representação, um sentido. É engraçado que Lula já é um sentido para designar uma pessoa da realidade, no caso, ‘Luiz Inácio’, sua referência assinalada por aspas simples. Perceba que nós podemos atribuir vários sentidos à referência Lula: “pai dos pobres”, “ex-presidente do Brasil” e por aí vai. Note que a referência continua a mesma, inalterada, independente do seu sentido.
Agora vamos fazer de outro jeito. Atribuiremos sentidos diferentes, o que aprendemos que é normal. Mas vejamos.
Usaremos o nome Pelé. O nome Pelé é um sinal. O sinal Pelé é um nome próprio e também uma forma de representação, um sentido. Perceba que Pelé que já é um sentido para designar uma pessoa da realidade, no caso, ‘Edson Arantes do Nascimento’. Sabemos que se pode dar vários nomes à referência, isso é fato, mas o que acontece se o sentido é distorcido?
Ex.:
“O argentino melhor jogador de futebol de todos os tempos”
Com certeza o sentido não representará a referência verdadeira (E convenhamos, esse sentido não tem referência nenhuma). No exemplo dado, o nosso objetivo é dar um novo sentido a referência ‘Pelé’. Usamos uma língua comum a todos nós, e fizemos uma sentença bem construída gramaticalmente. Mas por que não conseguimos atingir o objetivo? A sentença é arbitraria, pois, por convenção escolhemos a referência ‘Pelé’ como objeto da realidade que representa o melhor jogador do mundo, e Pelé é brasileiro e não argentino. Desta forma, fica claro que quando mudamos o sentido de uma referência, ainda esse sentido representará à mesma referência, mas, desde que esteja dentro dos limites. Se alterado seu sentido descontroladamente, como fizemos agora, onde mudamos a nacionalidade de ‘Pelé, ele irá perder seu valor de verdade. Dessa forma, na sentença anterior, o sentido foi alterado e não conseguimos identificar a referência, virando assim uma sentença falsa.
Abraço PG
4 comentários:
Um texto que tive a honra de ver ainda sendo produzido. Não compreendo grandes conhecimentos sobre o assunto, mas confesso que fiquei mais por dentro depois que li. Parabéns, Ennio. Tudo que você faz mostra a tua coragem e perseverança, além da vontade de ir além.
Abraços,
Mano Reis
Desculpa não comentar o teu texto, Ennio. Confesso que estou tão atarefada que fiquei com preguiça de ler. kkkkk
besteira, eu tbm fiquei com preguiça de fazer
kkkk
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