Sim, as línguas variam. A variação lingüística é algo recorrente na nossa vida. Entender que as línguas variam não é algo tão problemático assim. Existem várias línguas pelo mundo afora e não precisamos ir tão longe para perceber essa heterogeneidade presente nas línguas.
No Brasil, falamos o português, mas sabemos que há outras línguas. As línguas indígenas são exemplos de variação da língua, dentro do nosso país. Estreitemos nosso assunto e vamos para as variações dialetais existentes, que podem acontecer de estado para estado assim como dentro de um mesmo estado. Tomemos como exemplo as variações no estado da Paraíba, que podem acontecer no léxico, na fonética, na morfologia e até mesmo na sintaxe dos vocábulos. Os fatores que influenciam em todas essas variações são: a escolaridade, os aspectos sociais e as diversas situações que envolvem a fala.
Para melhor compreensão desse estudo tomemos algumas variações ocorridas na Paraíba. O apagamento do –r nos vocábulos, como por exemplo, na palavra: “andar” que se transforma em “andá”; a queda do grupo –nd, comprovado na palavra “fígado” que simplesmente se transforma em “figu” , e outros fenômenos como a monotongação na palavra “beija” que vira “beja”. Para tantas variações vemos como as línguas são flexíveis e podem ser modificadas e utilizadas de formas diferentes em contextos que visam à comunicação.
Judithe Genuíno Henrique
7 comentários:
Judithe, excelente postagem, nesse momento em que a linguística, mais uma vez, é mal interpretada pela rede globo, revista veja etc.
Parabéns!
Realmente, um breve comentário que vem a calhar com o contexto tão polêmico que estamos vivenciando. A questão linguística, mais especificamente, as variações têm instigado debates, afogueando nossos dias tão frios!!! rsrsrs
A polêmica quando usada de forma inteligente é lenha boa para enrubescer o progresso!
Parabéns Juh!
seu texto está super coerente e bem contextualizado, de forma que se perceba as variações sem ser preciso ir longe. Continue assim, cada vez mais se superando!
Paula Roberta Queiroz Veloso
Acabo de ver a gravação do programa de Monica Waldvogel entrevistando os autores do livro didático que está causando tanta polêmica. Cheguei no blog da monitoria e pow! Cá estamos nós, tão atualizados! :) Foi mesmo a calhar.
Pois é, como diz Késia, há má interpretação da linguística nesses meios aí. Os comentaristas, que aparentemente nunca estudaram linguagem nem têm bom senso, se metem a desancar o que não conhecem, nem sequer leram (o tal livro).
E aí nos vem Judith, lembrando o que é tão básico: as línguas variam, e bem perto da gente. Legal mesmo.
Interessante o texto pois aborda a questão da diferença da norma culta, a falada e suas variantes, bem como o preconceito linguístico das diferentes regiões.
Texto muito pertinente... Pois ressalta o fato de que a língua pode ser entendida por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). Muito interessante perceber que a língua se diferencia sistematicamente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio-cultural. Parabéns Ju!
Karoline.
Jú, esse texto que você elaborou "As Línguas variam?" ficou ótimo, pois você soube dizer o que é variação linguística de forma simples e objetiva, além de ter colocado bons exemplos.
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