terça-feira, 6 de setembro de 2011

NOVIDADES SOBRE O ENID


C O N V O C A T Ó R I A   01/2011

A PRG/CEM no uso de suas atribuições legais torna pública a presente Convocatória de abertura de inscrições de trabalhos para o XIV ENID – Encontro de Iniciação à Docência, de acordo com a Resolução 02/96/CONSEPE e Edital PRG/CEM Nº 13/11, conforme o que dita o presente documento e estabelece a data e forma de entrega dos relatórios do Programa de Monitoria 2011-1 e, para o Campus IV (LN), 2010.

1. Encontro de Iniciação à Docência (ENID)
No Encontro de Iniciação à Docência (XIV ENID – 2011), de caráter anual, cada equipe de Monitores, vinculada a disciplina, parte do Projeto de Ensino, deve apresentar trabalho – oral ou em painel - de sua autoria, independente da condição de seus componentes – bolsista ou voluntário – na forma de resumo expandido.
1.1 Somente serão aceitos trabalhos que enfoquem o processo ensino-aprendizagem;
1.2 No grupo de autores devem constar somente alunos e orientadores vinculados à disciplina em questão e o coordenador do projeto;
1.3 Para uma mesma disciplina, com mais de uma turma, mais de um professor e vários monitores é facultada a inscrição de um trabalho (Nota: todos os integrantes da equipe devem estar vinculados a uma única disciplina). Forma de apresentação sugerida – Painel;
1.4 Trabalhos que não atendam aos itens 1.1 e 1.2 e/ou à formatação solicitada no item 2 e subitens serão desclassificados;
1.5 Monitores concluintes ou que não tiveram seus contratos renovados farão jus ao Certificado de Monitoria, desde que tenham redigido o relatório (parcial ou final) e tenham o nome incluído no trabalho inscrito no ENID na forma do item 1.2;
1.6 É vedado ao professor orientador e/ou coordenador do Projeto de Ensino defender o trabalho inscrito no ENID em substituição ao aluno.
1.7 Trabalhos a serem apresentados no XIV ENID versarão sobre 2011-1; o Campus IV (LN) apresentará trabalhos referentes a Projetos inscritos em 2010 e desenvolvidos em 2010-2 e 2011-1;
1.8 Os trabalhos deverão ser inscritos na forma de resumo expandido sendo de inteira responsabilidade dos autores, devendo ser esse revisado pelo orientador/coordenador.

2. Formatação dos Trabalhos
            2.1 Resumo expandido: Contendo no máximo 5 (cinco) laudas no formato A4 com 3 cm de margem à esquerda e 2,5 cm à direita, 2,5 cm de margem superior e inferior, no editor de texto Word salvo como documento do Word 97-2003, digitado em fonte Times New Roman tamanho 12, espaçamento entre linhas de 1,5.
            2.2. Estrutura do Resumo; Introdução, com breve descrição do trabalho desenvolvido contextualizando a disciplina; palavras-chaves: três; Objetivos; Descrição Metodológica; Resultados/avaliação; Conclusão; Referências Bibliográficas.
            2.3. Identificação do Trabalho: A primeira página do manuscrito submetido deve conter obrigatoriamente as seguintes informações, nesta ordem:
a - Na primeiro parágrafo deverá constar o título do trabalho em letra maiúscula, em negrito e centralizado (Times New Roman tamanho 12, espaçamento entre linhas - duplo);
b-  No segundo parágrafo o nome dos autores e co-autores seguindo a seqüência: nome, sobrenome (sem abreviações). Especificar ao lado do nome dos participantes o número correspondente (Nota de Rodapé) a: (1) Monitor; (2) Orientador (prof. Responsável pela disciplina); (3) Coordenador do projeto de ensino. No terceiro parágrafo identificar o Centro, o Departamento e o Programa Acadêmico ao qual o projeto está vinculado (ver modelo). (Fonte Times New Roman tamanho 12, espaçamento entre linhas – simples).
            Exemplo:
TRABALHO E SOCIALIDADE
Dandara de Lima Pereira[1]; Cláudia Maria Costa Gomes[2]; Maria Aparecida Ramos de Meneses[3]
Centro de Ciências Humanas Letras e Artes – CCHLA; Departamento de Serviço Social – DSS – MONITORIA

3. Apresentação
            3.1. Comunicação Oral
                        a) Deverá ser realizada por um Monitor;
                        b) Duração: 10 minutos para apresentação e 5minutos para debate
            3.2. Comunicação em Painel
                        a) Deverá ser realizada por Monitor(es)
b) Tamanho do Banner – 0,80 m x 1,20 m (Tamanho padrão, acabamento a critério da equipe);
c) Os autores deverão permanecer junto aos seus painéis para responder às questões formuladas pelos participantes do evento e avaliadores;
d) O Painel deverá ser afixado com fita crepe no local indicado, com a devida antecedência;
e) O painel deverá ser auto-explicativo.

3. Inscrição de Trabalhos “on line”
            As inscrições dos trabalhos deverão ser realizadas “on line”, pelo “Sistema Programas de Ensino” da UFPB à página - http://www.ufpb.br/pesquisa/login.jsf - do dia 19 de agosto ao dia 18 de setembro de 2011. Os trabalhos serão automaticamente inseridos dentro das grandes áreas de conhecimento do CNPq (tabela abaixo) obedecendo à distribuição prévia ocorrida nas inscrições dos Projetos de Ensino.


4. Avaliação do Trabalho inscrito
Os trabalhos inscritos serão pré-avaliados para verificação de conformidade ao Edital PRG/CEM Nº 13/11, item 5 (itens 1.1 e 1.2 desta convocatória) pelos consultores “ad hoc (Edital PRG/CEM Nº 13/11, item 1 subitem 1.4 e alíneas)
Os trabalhos classificados serão avaliados presencialmente por ocasião de sua apresentação no ENID de acordo com a forma de inscrição (oral ou painel), conforme cronograma a ser divulgado em data oportuna.

5. Premiação
Serão premiados os 3 (três) melhores trabalhos do Programa de Monitoria por área de conhecimento.

6. Calendário – Monitoria, XIV ENID
ATIVIDADES
DATA
Lançamento da Convocatória do XIV ENID
22/08/2011
Inscrição dos Trabalhos (on line)
26/08 a 18/09/2011
Inscrição dos Relatórios Finais (on line) 2011-1 e LN, 2010.
26/08 a 18/09/2011
Distribuição dos trabalhos inscritos aos avaliadores “ad hoc” para a pré-avaliação
19 a 23/09/2011
Devolução à CEM do resultado da pré-avaliação
Até 30/09/2011
Homologação da pré-avaliação pela Comissão Gestora e Comitê Assessor de Graduação
03/10 a 05/10/2011
XIV Encontro de Iniciação a Docência – XIV ENID; Campus I e IV
(2ª Semana de Ciências, Tecnologia, Esporte, Arte e Cultura –
2ª SECITEAC)
17 a 21/10/2011
XIV Encontro de Iniciação a Docência – XIV ENID; Campus II e III (Areia e Bananeiras)
25 a 27/10/2011
Premiação dos Trabalhos selecionados
23/11/2011


João Pessoa – PB
Agosto de 2011


[1] Monitor;
[2] Orientador (professor da disciplina)
[3] Coordenador do projeto

quinta-feira, 23 de junho de 2011

II ENCULT

Olá, queridos, 

Já estão abertas as inscrições (até o dia 30/08) para o II ENCULT (II Encontro Nacional Cultura e Tradução), promovido pelo PPGL - UFPB + DLCV + DLEM, que acontecerá em outubro, aqui mesmo no nosso campus

Para obter informações, clique aqui .

Estudantes da graduação podem se inscrever para apresentação de painel.

Eu estive no I ENCULT, em 2009, e gostei muito. 


Abraços,
Késia Mota

sábado, 11 de junho de 2011

Nomes próprios Fregeanos


  Por: Ennio matthews


O que é um nome próprio? Essa pergunta é pertinente, claro, se julgarmos os nomes próprios com a visão além da visão gramatical dando a eles um aspecto filosófico da linguagem. 

Questionados sobre: O que seria um nome próprio? Prontamente responderíamos que é um nome individual de alguma pessoa ou coisa do mundo, assinalado com uma letra maiúscula no começo do nome. Essa visão gramatical da linguagem nos limita, e prova que a nossa visão da língua está enraizada em conceitos gramaticais, e se nota que esquecemos que a gramática veio da linguagem e não ao contrário. Acabamos sendo enganados sobre o que realmente seria um nome próprio para a linguagem e não para a gramática. 

Essa definição, antes dada de nome próprio, se encaixa no que diz respeito ao sinal. Sinal é a forma escrita ou oral do sentido, podendo ser uma palavra ou combinação de palavras.

Então o que é um nome próprio?

O nome próprio é a palavra que intitula um objeto da realidade, podendo variar em apenas uma palavra (que chamaríamos de nome próprio “genuíno”) ou mais palavras. Essa variação, de uma ou mais palavras, séria uma variação no sentido do nome próprio. O sentido do nome próprio é a forma de apresentação de uma referência. A referência é o objeto da realidade que o nome próprio apresenta. No sentido, é permitido que a forma de apresentação do objeto da realidade possa variar, mas, desde que sua referência continue a mesma. Isso faria com que a sentença seja verdadeira. Essa variação, na forma do sentido, alem de permitida é ao mesmo tempo necessária. Imagine que queremos indicar uma pessoa de nome ‘Jose’. O nome ‘Jose’ é um nome comum que muitas pessoas têm. Então o indicado é fazermos uma delimitação da referência ‘Jose’. Seriamos forçados a criar sentidos, como: “Jose da cunha lima” ou “Jose, que mora na Rua João pessoa”. Isso nos ajuda a identificar a Referência. .  

Exemplos de nomes próprios, sinais, sentido e referência.  

Usaremos dois nomes próprios conhecidos de todos, dos quais conhecemos vários tipos de sentido.  

Lula. O nome Lula é um sinal. O sinal Lula é um nome próprio e também uma forma de representação, um sentido. É engraçado que Lula já é um sentido para designar uma pessoa da realidade, no caso, ‘Luiz Inácio’, sua referência assinalada por aspas simples. Perceba que nós podemos atribuir vários sentidos à referência Lula: “pai dos pobres”, “ex-presidente do Brasil” e por aí vai. Note que a referência continua a mesma, inalterada, independente do seu sentido. 

Agora vamos fazer de outro jeito. Atribuiremos sentidos diferentes, o que aprendemos que é normal. Mas vejamos. 

Usaremos o nome Pelé. O nome Pelé é um sinal. O sinal Pelé é um nome próprio e também uma forma de representação, um sentido. Perceba que Pelé que já é um sentido para designar uma pessoa da realidade, no caso, ‘Edson Arantes do Nascimento’. Sabemos que se pode dar vários nomes à referência, isso é fato, mas o que acontece se o sentido é distorcido? 

Ex.: 
“O argentino melhor jogador de futebol de todos os tempos” 

Com certeza o sentido não representará a referência verdadeira (E convenhamos, esse sentido não tem referência nenhuma). No exemplo dado, o nosso objetivo é dar um novo sentido a referência ‘Pelé’. Usamos uma língua comum a todos nós, e fizemos uma sentença bem construída gramaticalmente. Mas por que não conseguimos atingir o objetivo? A sentença é arbitraria, pois, por convenção escolhemos a referência ‘Pelé’ como objeto da realidade que representa o melhor jogador do mundo, e Pelé é brasileiro e não argentino.  Desta forma, fica claro que quando mudamos o sentido de uma referência, ainda esse sentido representará à mesma referência, mas, desde que esteja dentro dos limites. Se alterado seu sentido descontroladamente, como fizemos agora, onde mudamos a nacionalidade de ‘Pelé, ele irá perder seu valor de verdade. Dessa forma, na sentença anterior, o sentido foi alterado e não conseguimos identificar a referência, virando assim uma sentença falsa.



Abraço PG

Análise literária do conto “O Cobrador”, de Rubem Fonseca

Por Verônica Barbosa

O conto “O Cobrador”, de Rubem Fonseca, é narrado em primeira pessoa. Sendo representante da vertente da brutalidade no espaço urbano, aborda amplamente a violência tanto física como moral. O personagem principal da narrativa não apresenta um nome próprio, além disso, declara que não faz parte daqueles que são cobrados, mas daqueles que cobram, autodenominando-se “O Cobrador”.

Nesse conto, Rubem Fonseca mostra um personagem-narrador completamente revoltado com a classe média alta. Isso é nítido nas suas afirmações: “Odeio dentistas, comerciantes, advogados, industriais, funcionários, médicos, executivos, essa canalha inteira. Todos eles estão me devendo”.

A primeira cena de brutalidade no conto, cometida pelo cobrador, ocorre em um consultório dentário, no momento em que se recusa a pagar pelo serviço odontológico: “Eu não pago mais nada, cansei de pagar, agora eu só cobro!”. Outro exemplo de violência ocorre na rua, quando o cobrador atira e fere o motorista de uma Mercedes. Ainda, em outra situação, engana o vendedor de armas pedindo para ver um rádio que deseja comprar e assim tem a oportunidade de matá-lo.  Outra cena monstruosa que o personagem comete é a do estupro, uma ação extremamente violenta contra uma mulher casada.

É importante salientar que o Cobrador não apresenta um comportamento único e linear no conto. Em alguns momentos de ódio e de revolta, agride, estupra, mata as pessoas, sentindo-se aliviado e de bem consigo ao realizar os seus atos cruéis e violentos: “Quando satisfaço meu ódio sou possuído por uma sensação de vitória, de euforia que me dá vontade de dançar – dou pequenos uivos, grunhidos, sons inarticulados, mais próximos da música do que da poesia”.

Um aspecto interessante nesse conto de Rubem Fonseca é a incorporação dos meios de comunicação de massa, como a referência aos Jornais cariocas, à revista feminina de moda, ao rádio, ao cinema e à televisão. A utilização desses meios midiáticos pelo personagem contribui para aumentar ainda mais a sua ira e vingança contra a classe burguesa, como ele mesmo afirma: ”Quero viver muito para ter tempo de matar todos eles”.

Em outros momentos do conto, o Cobrador mostra-se extremamente carinhoso, bondoso, amoroso, pois cuida de uma senhora inválida, dona Clotilde, a proprietária da casa em que mora. Outra característica contrária ao padrão de personalidade do Cobrador é seu amor por Ana Palindrômica, uma moça rica, da classe social que ele tanto detesta. Essa atitude deixa o leitor confuso em relação à identidade de ambos, por essa união de indivíduos de classes sociais completamente opostas.

Em suma, em “O Cobrador” ocorre esse amor entre duas pessoas diferentes, sendo uma burguesa e um psicopata. Isto é, um marginal que prática várias atrocidades por achar que a sociedade está lhe devendo. No final do conto, Ana Palindrômica surpreende a todos, inclusive, o leitor, com sua atitude revolucionária. Demonstrando, assim, a sua verdadeira personalidade, ao ensinar ao Cobrador novas técnicas de destruição, para matar mais pessoas em menos tempo. E o Cobrador ainda deixa claro para o leitor que seu ódio estava sendo desperdiçado, pois não sabia ao certo quem era o inimigo e por que era inimigo, finalizando: “Agora eu sei, Ana me ensinou. E o meu exemplo deve ser seguido por outros, muitos outros, só assim mudaremos o mundo”.

domingo, 5 de junho de 2011

Prometeu, o deus de todas as artes

                                                                                                               Por Prisciane Pinto


Logo no primeiro período do curso de Clássicas tive a grata satisfação de estudar sobre o mito de Prometeu na disciplina de Introdução aos Estudos Literários Greco-Latinos com o professor Milton Marques. Eu confesso que adorei, então resolvi fazer uma breve síntese do que se trata para alegrar os ânimos dos apaixonados pelo mito e despertar interesse naqueles que não o conhecem.

Prometeu é definido por Hesíodo como o deus benfeitor da humanidade. Ele foi fruto da união do Titã Jápeto com a Oceanina Clímene sendo assim parente de Zeus. Possuía três irmãos: Menécio, Epimeteu, o inábil, desastrado por excelência, e Atlas os quais foram castigados de forma grave por ter participação direta contra Zeus na batalha dos titãs, conhecida como a Titanomaquia. Nessa acirrada disputa, Prometeu aliou-se a Zeus visto que ele é o pró manthánein (o que vê antes) por isso ele já previa o destino do trono e a conseqüência da tomada dele, que seria o estabelecimento da ordem.

Ao filho de Jápeto foi dado o trabalho da criação dos efêmeros, assim ele os criou, do barro os fez e a Zeus coube entregar-lhes o fogo, sempre que fosse do seu bom grado. Porém, impelido pelo desejo de enganar o Pai dos deuses e também dos homens, Prometeu o persuadiu com um falso sacrifício, isto é, usou as banhas do boi para cobrir os ossos ao invés de cobrir as vísceras e deu ao filho de Crono, fato que suscitou a ira do Cronida. Posteriormente, numa oca férula, o Titã furtou o fogo dos deuses e o entregou aos homens, cometendo a transgressão (hýbris) que o levou a duras peias adamantinas nos montes da Cítia, segundo Ésquilo.

O fogo é a representação da excelência do conhecimento, ou seja, aos homens foi dada toda a técnica e isto os fez conhecedores e mestres pois “todas as artes aos mortais vem de Prometeu”(Prometeu prisioneiro, v.506) , não sendo mais subordinados aos deuses, dando início a partir desta à civilização.

Prometeu dá ao homem a liberdade através do ensino de todas as artes mas não sabe como se libertar a si mesmo e isso é posto em questão na tragédia de Ésquilo através do trocadilho feito pelo Poder ao se dirigir a Prometeu com ironia:

“Falso nome os Numes te dão de Prometeu
                                               pois precisas tu mesmo de um Prometeu
                                               com jeito que te desenrole deste ardil”
                                                                              
                                                                (ÉSQUILO,Prometeu prisioneiro v.85 a 87)

 Prometeu sabia o resultado do seu descomedimento e fora a sua desventura que caracterizou a tragédia da civilização pois, mesmo prevendo a sua punição e a sua impotência diante dela, não hesitou de doar aos efêmeros a essência do conhecimento.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A importância de Palas Atena na Telemaquia

Por Jailton dos Santos

A Telemaquia é o nome empregado ao conjunto de quatro cantos da Odisseia, de Homero, sobre as viagens de Telêmaco, filho de Odisseu à procura de novas notícias do pai, sendo auxiliado pela deusa Palas Atena, desde Ítaca até sua partida a Pilos e, em seguida a Esparta.         
 
A Telemaquia tem início no canto I quando Telêmaco recebe a visita da deusa na festa dos pretendentes, e o incita a partir à procura de Odisseu. No canto II, Telêmaco convoca os itacenses à assembleia, pede para que os pretendentes se retirem, e comunica aos presentes a sua ida a Pilos e a Esparta. O canto III, por sua vez, narra a chegada de Telêmaco a Pilos, terra de Nestor, em companhia da deusa Atena, e logo depois segue para Lacônia, rumo à Esparta. Por fim, no canto IV, conta a chegada do filho de Odisseu ao território de Menelau, este lhe conta sobre a retornada de Tróia, as notícias sobre a morte de Agamêmnon e o paradeiro na Ilha de Calipso, a qual mantém Odisseu prisioneiro.

Pierre Grimal (2005), em seu Dicionário da Mitologia Grega e Romana fala, de acordo com uma tradição que, quando a Guerra de Tróia foi iniciada, Telêmaco já havia nascido, mas ainda era muito pequeno e não tinha conhecido o pai. Ao chegar à idade de dezessete anos começa a se sentir incomodado pela presença dos pretendentes de Penélope, sua mãe.
 
O jovem e inexperiente Telêmaco percebe que os pretendentes estão devorando todos os bens da casa paterna, e constantemente fica indignado com tal situação. Percebendo os sofrimentos do rapaz, a deusa Atena, que tem grande estima por Odisseu, resolve ir para Ítaca aconselhar o jovem rapaz a partir em busca de notícias de Odisseu, além de intervir para que Telêmaco não se exceda em sua ira para com os hóspedes em sua casa.

A importância da deusa Palas Atena consiste no fato de que ela está sempre presente nas ações de Telêmaco.  Para orientar o rapaz a deusa se personifica na figura humana de Mentes, um amigo de Odisseu a fim de poder falar a Telêmaco sem que ninguém note que é uma divindade. Ele é aconselhado por Palas para ir, em primeiro lugar a Pilo, cidade de Nestor, e, em seguida, a Esparta, a cidade de Menelau. A personificação se dá, todavia, porque os deuses não podem aparecer para os humanos (mortais) na sua natureza divina, ou seja, de luz (energia), pois quem assim os visse, certamente morreria. Como aconselhadora tem a missão de fazer com que Telêmaco controle sua revolta por causa dos pretendentes, pois, apesar de tudo, eles estão na casa de Odisseu como hóspedes, e não podia se desrespeitar a lei divina da hospitalidade, porque isso seria desrespeitar o próprio Zeus. O jovem filho de Odisseu só tem apenas dezessete anos, e ainda não tem o caráter do herói formado. Os aconselhamentos são apenas uma forma de conduzi-lo ao seu destino. A deusa sabe que Odisseu está na ilha da deusa Calipso, mantido como prisioneiro, mas não pode revelar o que sabe ao jovem rapaz, porque sendo o destino do herói fechado, ele deverá passar pelo rito de iniciação de formação do caráter do herói. Para isso, deve, Telêmaco, realizar uma viagem para saber notícias de Odisseu, como também através dela conquistar um nome notável, nos lugares percorridos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

HORA da PAELLP

           Por  Simeia de Castro 


            Calma meus caros, não se assustem com a sigla, não estamos propondo nenhum Partido da Língua Portuguesa!

            A PAELLP é a abreviação da disciplina Pesquisa Aplicada ao Ensino de Literaturas de Língua Portuguesa, ufa, terminei de digitar! Lembrei até do extenso nome do nosso falecido Imperador Pedro II, sem mencionar a ascendência parental do Soberano!

            Os alunos de Licenciatura Plena em Letras – habilitação em Língua Portuguesa – cursam PAELLP, que visa apresentar os fundamentos gerais da pesquisa de campo e da pesquisa bibliográfica referente à área de Literatura – tipos de pesquisas e instrumentos – sendo exigida a elaboração de um Projeto de Pesquisa destinado ao TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Neste sentido, a disciplina tem como objetivos, conhecer alguns dos diversos tipos de abordagens teóricas utilizadas para analisar o texto literário.

            De acordo com Dalberio (2009)¹, o projeto é o passo inicial de uma pesquisa, tendo fundamental contribuição na produção de conhecimento. Para isso requer planejamento e a sistematização das intenções do que vem a ser investigado.

            O autor destaca algumas etapas essenciais para um projeto de pesquisa, que podemos sintetizá-las da seguinte forma: (1) Tema (Ideia geral sobre uma proposição tratada ou demonstrada); (2) Assunto (Aquilo que é selecionado para investigação); (3) Levantamento Bibliográfico (Fontes e publicações sobre o assunto); (4) Delimitação do assunto (Mostrar de forma inteligível o que vai ser pesquisado); (5) Problematização (Exposição das inquietações/questionamentos que serão respondidos a partir de uma investigação metódica e sistemática); (6) Hipóteses (Resposta provisional ou ideia preestabelecida, apresentada como solução do problema a ser investigado); (7) Objetivo Geral (Expressa o alcance da pesquisa, deve-se utilizar verbos no infinitivo); (8) Roteiro Temático (Definição dos tópicos e subtópicos que serão desenvolvidos no relatório final da pesquisa); (9) Objetivos específicos (Expressam o que será feito em cada capítulo ou seção do relatório final da pesquisa); (10) Justificativa (O porquê da realização do projeto, deve ser apresentado de forma convincente. Três elementos são indispensáveis: problematização, teoria base e objetivos); (11) Procedimentos Metodológicos (Apresentação do caminho que será utilizado para confecção da pesquisa); (12) Cronograma (Etapas ou fases do processo de pesquisa).   

            Vale salientar que um projeto de pesquisa não é necessariamente estruturado nesta sequência de etapas, enumeramos assim para respeitar a ordem proposta pelo referido autor. No caso da PAELLP, é requerido apenas: Apresentação, justificativa, objetivos, procedimentos metodológicos, cronograma e referências.  

            Merece atenção refletirmos sobre a importância da disciplina de PAELLP e a relevância de suas propostas para a formação do discente pesquisador. O aluno será desafiado aos “insights”, ou seja, poderá escolher aquilo que deseja pesquisar no campo literário. Ao término das atividades, poderá ainda optar por desenvolver o trabalho e aprofundar a pesquisa para a elaboração do TCC.

            Em suma, é gratificante termos a oportunidade de cursar uma disciplina em que vemos a parte teórica unir-se ao trabalho prático através da discussão do texto literário, os operadores de leitura, além de fazermos um breve panorama das tendências da Teoria Literária, culminando com a elaboração de um Projeto de Pesquisa. 

           



___________________
1 DALBERIO, Oswaldo. Metodologia Científica: desafios e caminhos. Coleção Educação Superior. Paulus, 2009, pp.50-87.  

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Literatura?


Por Ana Ximenes Gomes

Recentemente li um texto de Carlos Ceia, O poder da leitura literária (contra as formas de impoder), que a meu ver constrói uma crítica à postura hermética de Harold Bloom que tira o poder literário e constitutivo de aprendizagem de livros não canônicos. Assim, vê-se uma questão já conhecida como “o que é literatura?” gerar outra questão trivial: “O que não é literatura?”. Tudo isso, dentro da academia que vivemos, torna muito válida a discussão sobre uma descanonização da literatura.

De acordo com Antonio Candido, a literatura seria uma transposição do real, portanto podemos ver que não se limita a uma rotulação ou segregação de cânones. Os clássicos não podem ser vistos como uma representação única do que é literatura, principalmente para aqueles que estão se iniciando nesta arte, mesmo que como apreciadores, e por que não, curiosos.

Destacando esta última palavra, curiosidade – que também pode ser ligada ao prazer ou ao deleite – é vista como sentimento, na maioria das vezes, precursor de uma aprendizagem literária. A literatura é uma forma de se imitar a realidade, é o instante em que a linguagem é transformada e recriada pelo autor tendo o leitor como, além de apreciador, também um participante desta ação.

Portanto, como dizer que um livro ou outro não é literatura? Há a possibilidade de pensar através da leitura de livros como Harry Potter? Se sim, todo o argumento que se contrapõe à leitura de livros como este se dissolve no seu próprio nascimento, e a esta pergunta não podemos ter resposta precisa, pois, se partirmos do pressuposto que na tríade autor-obra-público se encaixa a subjetividade deste terceiro elemento, não há caminho certo para uma definição padrão como resposta. O importante é destrinchar todos os fios desta teia de intertextualidades, que pode fazer um indivíduo sair de uma leitura de Harry Potter para outro tipo de leitura literária, e assim por diante.

            É preciso questionar o que será aprendido explicitamente e implicitamente no texto. O público infantil, por muitas vezes, tem uma filtragem reduzida diante dos textos literários e nisso os educadores podem participar de forma intervencionista, porém, esse filtro, ou questionamento, não pode cair em demasia por interesses políticos, educacionais tendenciosos ou auto-ajuda direcionada. O pensar e a imaginação devem se manter alheios a estes interesses externos, e essa preocupação deve permear tanto os literatos como os pedagogos.

            É notório pensar, de acordo com o autor, que há necessidade de se resgatar a leitura retirando-a desse papel pseudo-acadêmico que faz com que seus pseudo-leitores se foquem apenas, ou principalmente, em fazer análises codificadas para uma leitura futura já pré-dirigida. A arte não deve ser conceitualizada, não se pode enquadrá-la dentro de um paradigma científico, o que deve cativar os leitores é a infinidade de possibilidades interpretativas que o leitor pode atingir, descobrindo até um olhar nunca imaginado por outros anteriormente.

Por fim, ressaltando a liberdade de participação que textos, clássicos e não clássicos, possibilitam através da leitura, a única recomendação que deveria existir para qualquer indivíduo, em qualquer idade, em qualquer condição social, sexo ou etnia seria a de não aprisionar as possibilidades de atribuir sentidos aos livros, rotulações que não constituem a qualidade do texto, deixando sempre o leitor como parte integrante do sentido deste sentido, sendo ele o terceiro elemento, mas nem por isso menos fundamental que os demais no processo criativo.

sábado, 28 de maio de 2011

Sobre Letras Clássicas - UFPB

Por Késia Mota
O professor Milton participou de um encontro de professores de latim, há alguns dias, em Campinas - SP, e trouxe notícias muito boas. Acho interessante comentar. Sei que não é minha hora de postar aqui, mas eu sinto que tenho que fazer isso agora.

O curso de Letras Clássicas da UFPB chamou a atenção, naquele encontro, porque parece ser o único do Brasil que forma os acadêmicos para o grego e para o latim, simultaneamente. Além disso, utiliza o método dos professores Juvino Alves Maia Junior e Henrique Murachco, talvez o mais revolucionário de todos. Mesmo na USP, o estudante de latim ou de grego (pois lá o aluno tem que optar por uma das duas línguas) leva uns três anos para começar a lidar com os textos originais. Aqui na UFPB, somos instruídos por um método tão eficiente que já no final do primeiro período (em menos de 4 meses, portanto), conseguimos fazer as primeiras traduções.

Eu sou monitora de grego desde o ano passado. Estudei Latim I, II e III e Grego I e II. Repeti a cadeira de Grego I no ano passado e estou repetindo agora novamente, pois assisto a todas as aulas, na condição de monitora. Comecei com o Latim I, em 2009.1. Fiz Grego I em 2009.2, Latim II e Grego II em 2010.1, Latim III e Grego I novamente (monitoria) em 2010.2, e agora Grego I mais uma vez (monitoria). Além disso, acompanho as aulas da pós, com o Juvino, sobre o Timeu, de Platão (uma leitura dos originais, em grego, em comparação com a tradução de Cícero para o latim). Estudamos o grego e o latim, simultaneamente, numa mesma cadeira.

O grego de Platão foi muito difícil, para mim, no início, mas estou contente com o meu  avanço, sinceramente. O latim de Cícero tem sido uma leitura tranquila.

Sinto-me privilegiada e honrada por estar na condição de discípula do Professor Juvino (e, indiretamente, do Professor Henrique Murachco), aprendendo muito sobre a minha própria língua materna, inclusive, ao aprender o grego e o latim de forma tão eficiente e tranquila. Estudo desde 2009, apenas, menos de dois anos, portanto.

Eu tenho um grande prazer em fazer uso do método do professor Juvino para ensinar a outros. Sim, com menos de 2 anos de estudo do latim, já tenho um aluno, um estudante do mestrado em Filosofia que vai estudar Descartes no doutorado e precisa estudar os textos originais, em latim. Ensino pelo mesmo método que aprendi e em poucos meses o meu aluno conseguirá traduzir Descartes. Também ensino grego a um mestrando de Filosofia Antiga, que precisa estudar os textos de Platão. Só quem conhece o método pode entender esta situação.

Infelizmente, nem todos conseguem aceitar o sucesso de um método de ensino inovador. Há quem duvide veementemente e até mesmo professores declarando em sala de aula que ninguém consegue traduzir do grego ou do latim em menos de 30 anos. Seria bom que esses críticos ferrenhos assistissem a uma aula de Latim ou de Grego I para fazer um juízo de valor com alguma fundamentação prática e objetiva.

Acho uma lástima que alguns professores tenham tanto prazer em falar mal dos colegas em sala de aula. Como aluna, fico muito desconfortável com isso. Mas fiquei especialmente incomodada em ouvir alguém falar tão mal de algo tão nobre e belo. O curso de Letras Clássicas da UFPB é um tesouro. Conheçam, por favor, antes de criticar.

Eu sou da habilitação em Língua Portuguesa. As aulas de latim e de grego são o maior presente que eu recebi desta universidade. Claro que isso não desmerece as outras áreas, deixo isso claro. Mas sou muito feliz por ter escolhido a área de clássicas. Creio que tenho trabalhado bem e estou absolutamente certa de ser muito bem conduzida pelos meus queridos professores, especialmente o nosso mestre Juvino.

Abraços a todos e obrigada.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Os deuses lares

  Por Líssia Medeiros

 Na Grécia a crença nos deuses olímpicos era o ponto principal da sua religião, acreditavam que existiam doze deuses imortais que moravam no Olimpo, lugar que se encontrava acima das nuvens. A esses deuses eram atribuídas as forças da natureza e todas as coisas que aconteciam no mundo humano eram consequências das vontades desses deuses, fossem elas boas ou ruins. A partir do surgimento da polis, já no período arcaico, outros deuses passaram a ser cultuados – os deuses lares. Esse período trouxe muitas modificações sociais para os gregos. Os deuses lares passaram a ser cultuados nas casas das famílias, eram figurados através do “fogo sagrado” e colocados sobre um altar. Geralmente os altares ficavam em lugares escondidos para que não fossem vistos pelas pessoas que não moravam naquela casa. Os deuses lares eram os ancestrais daquela família, por isso todos os dias eram oferecidas orações no começo e no fim das refeições para que esses deuses pudessem proteger aquele lar e aquela família. O fogo sagrado era conservado pelo dono da casa, que, deveria todos os dias, pela manhã, jogar ramos secos para alimentar o fogo e ao final do dia jogar brasas e cinzas para que não apagasse durante a noite. Caso o fogo se extinguisse significava dizer que os deuses não mais protegiam aquele lar e em consequência cairia em desgraça. O fogo só deixava de existir quando toda a família morria, significava dizer que o fogo extinto era o lar extinto.
Resolvi escrever o texto porque percebi que os deuses lares são pouco referidos, pelo menos, não tão quanto os deuses olímpicos. Acho interessante conhecer as crenças daquele período grego e latino e tive a ideia de compartilhar.

Referência:

COULANGES, Numa Fustel de. A cidade antiga. Tradução de Fernando de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
Link para baixar o livro:
http://www.4shared.com/document/LeaQRWmh/A_Cidade_Antiga_-_Fustel_De_Co.htm

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Por que grande parte dos alunos de Letras mostra-se apáticos em relação às disciplinas de Estágio Supervisionado?


Por Lívia Alvarenga

É recorrente em nosso meio acadêmico ouvir que é ‘’um saco’’ pagar as disciplinas de Estágio. Confesso que a princípio também pensava assim. Porém, a grande sacada para podermos passar por essas cadeiras de estágio é notar a relevância que essas disciplinas têm para a nossa formação como docentes. Não pense que estou aqui falando essas coisas só por que sou monitora de estágio, claro que não. Mas pensando bem... tenho que vender meu peixe. 

Minha gente me ouça, as disciplinas de Estágio não são somente boas, mas necessárias, pois é a chance que temos de testar nossos conhecimentos, colocando em prática a teoria que é vista na universidade como forma de refletir, discutir e pesquisar determinados aspectos do ensino de Língua Portuguesa no âmbito escolar. 

Pensando de uma forma mais ampla, é por meio do Estágio Supervisionado, que nós, futuros professores, temos a oportunidade de ajudar os alunos do Ensino Fundamental II— falo isso por que me direciono especificamente ao Estágio IV— a ver o ensino de língua sendo trabalhado por outro viés. Isso, se o professor titular da instituição trabalhar o ensino aprendizagem de forma mecanicista, como é de praxe.  Caso o professor utilize a abordagem sócio interacionista, temos a oportunidade de perceber que essa prática de ensino é realmente a melhor maneira de levar o ensino de língua sem causar vácuo na aprendizagem. O que nós não queremos, não é verdade?

Já ouvi dizer, pelos corredores da nossa querida Universidade, que as disciplinas de Estágio são o calcanhar de Aquiles em relação ao curso de Letras, no entanto, é através delas que temos o “prazer” de verificar a verdadeira realidade escolar e aí detectamos se queremos ou não sermos professores, profissão em que grande maioria dos profissionais, ao ver-nos realizando observações e intervenções em sala de aula, costuma aconselhar-nos, utilizando expressões como: “Procure outra profissão”, “Você é tão nova”, “Tem certeza que é isso que você quer?”, “O que você esta fazendo aqui?” E assim por diante. 

Para finalizar, quero frisar que a construção para uma carreira sólida se inicia na licenciatura e uma das principais etapas é o Estágio Supervisionado, apesar do nosso curso ser visto, pela grande maioria, apenas como uma área de pesquisa.